quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A vida é naturalmente
injusta.
Acima disso só
necessariamente.
Não há indignação
nisto, em saber
isto, em senti-lo,
em vê-lo repetido
como os padrões
e razões matemáticas
e geométricas que
compõe tudo;
nem há assim
tanta necessidade
de perguntar "porquê?"
especialmente depois
de saber a resposta.
A vida ser injusta
é um facto desprovido
de associações de maldade
no mundo, falta de propósito
no seres humanos
ou até de felicidade,
ela simplesmente é-o
tal como eu sou como
sou e tudo resto
além disto são
humanidades, pequenas
partes do todo que é
o mundo.
Até as obras de arte
grandes, magnas e
complexas que albergam
muita da essência do
homens são pequena
parte da vida.
E todas as considerações
sobre a vida ser injusta,
limalhas da sua
grandiosidade
até porque a injustiça
é também uma pequena
parte da vida.
Então que sou eu
que penso com poderes
de microscópio quando
sinto isto mais importante?
Tendencioso?
Cego sem balança?
Se calhar
injustiçado?
Ahahahaha....

Só penso nisto quando
reflicto profundamente
à procura dum sentido
e ordem a tudo que
sinto e me deparo
com a vítima que
sou, como todos, e
me impeço de
arrumar este
assunto, porque
como qualquer
um, não
gosto de assumir
que doí ser eu mesmo.

Que a verdadeira vida
não se passa sem colidirmos
fortemente, durante grande
parte do interstício do
ventre da mãe até ao
caixão, connosco e o mundo.
Que a única forma
de se ver lapidado à
sua imagem é
levando o corpo
e a alma às picaretas
da vida, na esperança
de quem sabe, sermos
mais fortes que ela...
E só com sorte
ficaremos terminados
como escultura antes
de morrer, apenas
para perceber que ainda
falta ser pintado...
Isto é viver
para quem
queira se
encarar
e para
quem não
o aceite
a sua vida
será sempre
injusta.

7/11/2015

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