Esta caneta não é
a minha.
Estas letras são
dum sitio de outras
consciências.
E esta mente veio
dum lugar diferente
daquele onde ecoam
os pensamentos.
O meu coração bate
sem tempo e ritmo.
A vida tanto pode
andar para a frente
como para trás,
porque não há
direcção sem tempo.
Se este é o inicio
ou o fim da minha
vida, apenas sei
que estou aqui.
Onda não há
canetas, letras,
ideias e emoções
que sejam minhas.
Não estou elevado
porque não há
lugares.
Sou aquilo que flui.
Sou aquilo que ainda
não fui.
Nem vou voltar,
porque não há
caminho.
O meu próximo
passo será
o carinho pelas
coisas que escrevo
e as emoções
que sinto, que são tuas,
que não vêm,
nem vieram
nem cá vão
estar, estão
apenas indo
como algo que
não existe.
E isso não
é triste,
porque é
novo e
não há coordenadas
para o mapa de
mim e por isso
estás em todo lado
que caminhe.
Essa é
a minha
elevação.

22/12/2013