Se continuasse a fingir
isto seria verdade:
A luz que me ilumina
é a que não brilha
durante o dia,
o sol que me queima
é porque é frio e
não sinto quase
nada,
o que resta sentir
é o que falta
e me doí.
Não é que alguma
vez tenha mentido,
mas quando era
essa a realidade,
a verdade era estar
iludido.
E o que difere?
Do real e o fingido?
Um consenso do que
é abrigo e felicidade.
Um acordo entre ideias
que não se entendem
e sentem.
Um forte sentido de ligação
com aquilo que
realmente nos
desliga.
Estou apaixonado
por pessoas.
Estou convencido
disso como se
tivesse lugar
para todas
só porque sinto
em grande não
quer dizer que o
seja, ou que sejam,
e também é por
isso que és
pequena.
Para que saiba
sempre que realmente,
sou do teu tamanho,
só pareço ser-me
maior porque me
iludo disso.
Mas tu és real,
pela maneira como
sinto e que me fazes sentir.
Não há espaço
para ideias
consensuais
e sentimentos
verdadeiros.
Consente a emoção
para que não sinta
em vão.
Ajuda-me a fugirmos
do tufão que junta
tudo numa espiral
e sabemos que acaba
nos afastando ou
leva para um buraco
turbulento.
Por isso aparece devagar,
leva-nos com calma,
aos bocadinhos
mexe com o frio
que me queima,
atiça o fogo
que me gela quando
te olho, e mexe
com tudo duma
vez e a espiral
que criarmos será
das nossas
cores porque
fazemos do ar
e o clima a
nossa presença.
O ambiente quase perfeito.
Um caminho quase
a direito.
E entremos pela
esquerda só para
contrariar o consenso
de como se começa.
Porque o que havia
já acabou e parece
que não há volta a
dar.
Que é assim que
devemos caminhar.
Eu não estou
iludido, não
estou a fingir
e é contigo
que quero imaginar.
28/12/2013
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