segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Há nas entrelinhas
dos versos tentativas
de seduzir a tinta
a escrever comigo,
perde-la nos lençóis
das páginas e
ficar sem palavras.

Como se não as houvesse
porque mas tiraste
com um beijo negro.
E elas ficaram por lá
contigo ou presas no tempo.

A dor de existires é a
nossa real partilha
porque não a respeitas, nem a mim.

Como podemos nós
escrever livros que
prendam espíritos
aos lençóis das nossas
palavras e amor?

Com dor, tristemente
alegre, desesperadamente
feliz e inevitavelmente
nossa.
Como se não existisses,
nem eu.
Como se só vivêssemos
nas entrelinhas de nos
conhecermos.
Como se não valesse a pena
existir, só sentir e
dar a sentir.

Não há versos como
os nossos e estou apaixonado
por mim.
Pela parte de mim que te
implica.
Que me impinjo.
Que me faz sofrer.
É disso que quero
que queiras.
Sofrer comigo.
Criar além-dor e
dar à vida cor
onde ela ainda
não soube colorir.
É neste papel-tela,
livro-cama
que com o nosso
amor iremos,
se o Inverno passar
pintar escrevendo
dando cor ao que de nós no
mundo eu não aguento.

3/10/2013

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