sábado, 28 de setembro de 2013

Pergunta-te: e se os meus
sentimentos mais reais
e verdadeiros me
fazem deprimir?
O que me resta sentir?
O que é que eu tenho
para dar?
Quem é que vai querer,
sentimentos que se
apodrecem?
Todos, tenho eu de abraçar
como a escolha mais honesta.
Na minha miséria está
a luz que podem ver e
eu não posso sentir.

Está em abandonar este
mundo como vos ensinar
a abraça-lo.
A minha desgraça vital.
O contrapeso inevitável.
O que tão triste como
felizmente é a única
realidade.
A que tenho, a negra.
A que sentem, a cinzenta.
A que vos dou, a clara
esperança de que
a luz é branca
onde não vêem nada.
Onde eu vejo tudo o
que não pode ser meu.
E as coisas que
não vos pertencem, são minhas
porque as roubei e
essa é a minha forma de
viver.

E este sou eu.
Quem se pergunta sobre
quem é.
Quem perdeu a paixão
pela sua vida.
Quem fez a morte vir
dar um ramo de flores
à porta de casa e
levou-a para a cama
e ela perdeu-se apaixonada
nos lençóis do meu degredo.
Na cama que eu fiz.
Onde flores nunca
se deviam ter deitado
deito-me eu agora
sem a morte ao meu
lado.
Vazio como a
sinto, acho que
eu sou a morte
e pela luz
sou culpado.

Eu amo-te
tanto que
a dor do teu amor
me rebenta o peito
e faz com que ele
fique vazio,
sem sequer ter
sentido.
Ou lógica,
porque eu não entendo
o amor.

Nunca acaba.
Nunca começa.
Mas está sempre entre
as coisas, como uma
porta para o outro lado.
Onde o rio à noite não
existe, mas onde me
posso afogar ao
tentar chegar às
luzes do outro lado
da margem.
E é por sentir que
não estás ao meu lado
quando olho para ti
que o rio me enche de
amor e eu não
percebo nada.
É por olhar para o rio
e não o ver que me
afogo e que tu
podes esperar pelo
dia e não cair no
erro do sonho,
da lua e de mim.

29/9/2013

Sem comentários:

Enviar um comentário