domingo, 7 de julho de 2013

29/6/2013

Queria ser que sou
quando sinto que me
deixo ir em pensamentos
sós.
Queria ser também como
a lua da cidade que
inspirada pelo vinho
e o cheiro a frio é vermelha
quando nasce e pelo dia
desfaz-se na névoa da
própria noite, porque
assim estava onde
devia estar, sem escolha,
e via todo o devaneio
da vida e da noite e
seria como coisa que
é, integro.
Durante o dia seria
uma árvore, porque
a minha forma seria
a minha forma de viver,
sol como quente reparador,
vento como desafia refrescante
e água como vinho extasiante.
Mas eu sou a mão suja que
escreve sobre ser algo sem
mãos e sentir como se
estivesse vivo.
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Na noite há névoas húmidas
e elas são ttão tristes quanto
eu as vejo.

Eu sou o frio que incomoda,
porque não quero ser tão raso
e próximo do mundo.
Eu sou o rejeitado dos céus
na terra sem forma térrea.

E sou também único no tempo,
apareco sempre como viajante
desatento que passa pelo mundo
onde nunca se sente opurtuno.
Porque na verdade quem gosta
da névoa?

É uma nuvem rejeitada do
céu e nem consigo própria
tem tréguas.
No entanto é Verão e a
madrugada é curta por isso
também não vivo muito
e talvez com o nascer do sol
haja luz a seguir.
Porque desde que nasci foi
altura de ir e deixar de sentir
que morrer não é tão
distante de viver.
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As tuas intenções são
desta cor: Negras.

Negras porque tendo
todas as cores que importam
para mim não reflete
nenhuma e então
és vazia.
Eu não.
Não sou mais vazio,
nunca fui.
Tu és por eu achar
que me completas.
Eu era por ver em ti
tudo o que poderia ser
se não fosse negra
e me desses luz.
Há luz na esperança,
mas não em ti.
A esperança vem de mim,
senão era fé.
A esperança é branca e
eu estou tingido a cal.
E tu, sempre negra
caminhas levando
as minhas as cores.
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Pensativo é o fumo
que não me pertence..
Não é meu porque sai
do corpo.
Não é errado porque
falho.
Estou livre porque
sou como ele.
Estou preso porque
o sou.
Tal como as sensações
que sinto ao ler
as aventuras de Kerouac,
apenas sinto ser fumo
porque não tenho um
espelho.
E se me visse, era
opaco, mas lendo-me
viajoo em vôo.
Há mais que isto,
sem espelhos e pensamentos.
Há o mundo que vejo
com olhos de desejo.
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Nem me importa mais
se queimo tempo.
Se ele parece passar,
porque importar se é
depressa ou devagar.
Na minha mente não
há lugar para sequer
julgar este tempo.
Tempo.
Nem quente ou frio
estou.
Não sou o tempo
que se sente.
Sou sim, um pensamento
ardente ou um frio vazio
dormente.
Nunca tempo.
Nunca segundos nem milénios.
Nunca gelo nem lava.
Sou velho porque estou
perto de morrer.
Quero sol como conforto,
não amor.
Estou sem urgência
de viver porque o corpo
está morto e ele está
tão quente quanto frio,
e o tempo passou tão
depressa como devagar.
Porque eu não vi passar
o que parecia importar.
Nem vou chorar se a
tinta acabar porque o
tempo dela, de escrever,
nunca irá passar.

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