quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A que devo a minha apatia por mim? ao que já sofri? ou ao tudo que me falta viver face ao nada que vivi? Parece haver sempre mais, ao pensar na vida, que ao vivê-la. Se hoje estivesse para morrer amanhã, tudo o que faria no tempo que restasse seria mais que a minha vida. O que me resta então senão sentir o meu corpo impotente face à minha mente, ao meu sentir que o mundo que tenho é-me indiferente.
Não especto mais por nada, que venha de bom ou de mau, apenas a minha mente me alegra e o meu pensar me doí. Nem um amor oferecido de bandeja me faz sentir mais amado que com quem imaginando a ser amado esteja. Ainda que o aceite, sempre.
Nem a maior desilusão a que os mais próximos amigos estão propensos me causa uma inquietude tão grande quanto a de perder meus livros. Ainda que não sofra ao perdê-los.
Sei tão bem porque sou a minha doença, que só existe quando sobre ela a minha mente pensa que não sou um individuo de mim mas um de pertença. E todo o social divertimento que passo com amigos me deprime em solidão, ainda assim me arrisco a ter amigos e me dou de coração. Eu sou não querendo ser, aposto em ganhar quando sei que vou perder,o caminho de tudo já sei onde vai ter e sinto-me sincero quando estou só e sou apático na minha exclusiva presença sei tudo isto firmemente e ainda assim para outros lado pende e domina a minha mística crença de que tudo o que sinto e existe vai além da minha vivência.

14/10/2015

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