quinta-feira, 12 de março de 2015

Tenho vontade de escrever
tudo duma vez.
Seguir uma linha
de pensamento e
ver onde me leva e o
que deixa para trás,
mas o meu pensamento
é uma mancha
que se alastra como
uma gota de tinta
da china num
copo de água, é lindo!
Depois do efeito
visual do enegrecimento
do copo a minha alma
perde transparência
para que nela viva
o espectáculo de
morrer um pouco.
Não a sigo portanto,
sou à medida que
escrevo, desconexo,
entre o resultado gráfico
do movimento da mão
e no alastrar do
pensamento rápido,
fica a verdade
do que sinto...
Perdida talvez para
sempre.
Indecifrável como
a caligrafia dum
bêbedo.
Tão sóbria e real
que não se consegue
pensar sobre ela.

Escrevo sem grande
aspiração que fique
tudo como queria.
Estou mais preocupado
com o desejo de não desejar
nada e todos os problemas
sem valor que isso me
levanta, apesar
de me trazer quase
sempre para baixo.

11/3/2015

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