Podia escrever um livro
mas ainda não escrevi,
por outro lado podia
simplesmente continuar
a aprender novas línguas,
criar novas letras e
não pensar sobre nada
tão concreto como um livro,
ou tão demasiado solto e livre
como quando reparo para onde fui
logo a seguir ao concreto.
Podia ver-me a olhar-me
e não estar em nenhuma
posição exterior e ainda assim
ver mais que qualquer plano
me pudesse dar, físico ou
metafísico.
Não escrevi um livro e juntei
as melhores das minhas
palavras porque estou
sempre ocupado em procurá-las
reflectidas de mim para onde
olho.
Posso escrevo-lo sim, mas
e aí as palavras sobre escreve.lo?
E o que restaria de mim se
não me visse reflectido, só
pintado?
O que é que podia ser
se não me tivesse?
E no entanto dou-me
como se tivesse mesmo
de escrever um livro.
Fazer história de
forma consciente,
racional e vista
de um só plano.
como se só houvesse
umas formas de ser
ser.
E porque não ma
impressão digital,
um momento de
de relógio parado em
sincronia com o
tempo que corre.
Não escrevo um livro
e prefiro ver a viagem,
porque enjoo
se não olhar para
a estrada e ficar
com a cabeça virada
para o que parece
ser só o meu umbigo,
mas é de facto um livro;
porque sou tão importante
que só me posso ter
um bocadinho para
que não seja nem a
mais nem a menos
que a minha forma
que toca na forma
do livro e não
esta que é,
que pensa sobre o que
inventa.
Que se torna tão grande
com pequenas letras
que não vê a mais
cativante descrição
dada pelas emoções
dos sentidos.
30/1/2015
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