Vi um homem de cara ríspida e seca, sem barba e com um chapéu de coco caqui.
As calças eram azuis escuras de bombazine, sapatos de couro bem feitos e um pouco sujos,
ao vento esvoaçavam a sua gabardina comprida a condizer com o chapéu e um casaquinho
de malha. Vi-o só quando passava por mim de bicicleta e ele passeava um gato.
O gato era laranja, sem riscas nem manchas, laranja sólido que só ajudava a torná-lo mais
estranho entre a sua obesidade mórbida e rapidez estonteante, mas ele corria ao lado do homem
como se fosse, o gato o dono.
Demasiado estranho para ser um sonho meu, alguém deve ter sonhado comigo a ver isto tudo,
e pelo motivo que me move a escrever é como entendo que lá fui parar, como onde estou agora.
14/11/2013
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