Se ficasse eu louco
tudo faria sentido.
As cores, as
estações do ano,
as flores e os prados,
os espelhos e tudo
o que demais fosse
que me tornasse
são e vivo.
Eu, como falo
de ti repetidamente
e dum segundo
pró outro és
folha de papel,
ideia esvoaçante,
pedaço perdido,
cadáver apodrecido.
Eu não faria sentido.
Tu nunca farias sentido
num mundo tão certo.
Quem é que irias
iluminar?
A que cor escreverias?
De que flores terias
para falar?
Só se queimasses
matos e prados...
Só negro poderias
contrastar, num dia de luz.
E, amigo por carta,
ambos sabemos
que a noite é nossa!
13/11/2013
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