O meu cume é
este:
Descer à gruta
de mim o mais fundo
que puder;
no lugar mais fundo
procuro o lugar mais
escuro e pesado
e sento-me.
Espero que fale
comigo.
Que deteste a
minha insolência
e enraiveça as
paredes húmidas
da gruta com o
meu próprio atrevimento.
E que tudo isso,
deixe o lugar escuro
e fundo o mais
abalado possível.
O atrevimento de me
aventurar em mim
assim, mexe com
o arrependimento
que pesa no lugar.
Consome-me logo
sem hesitar, porque
é meu e nem sequer
sei a sua forma.
O medo impede-me
de ver, pois tapa as
luzes da virtude
que me iluminam
por dentro e aquecem.
Agora pareço como
um aventureiro
que foi demasiado
longe para si, cheio
de arrependimento
e medo, como
se não houvesse
caminho de volta.
Também não houve
de ida. Nem houve
tempo para aqui
chegar, é um
momento Presente.
Tal como este, de
sorte, em que fito
o escuro de mim
com medo, como
se defrontasse a Morte.
Mas ela não me consome.
Alimenta-me com os
corpos que faz cair
e eu que sou solo, gruta
e terra, floresço.
E da mesma forma
vem o escuro para
mim, como ele
não espera que o
receba quando
é o meu tormento.
Arrependimento haveria
no tempo em que para
mim havia Tempo e
perguntaria se deveria...
Sem medos de mim
porque sei o que temer,
sou agora a minha
maldição e só assim
poderei me erguer.
O meu cume é
este: ser eu o chão
em que me construo, até
que me possa instalar
nas nuvens.
12/11/2013
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