terça-feira, 3 de novembro de 2015

Sei bem quando
a noite vem,
tudo em mim
se acalma
pela falta de
calor do sol
e tudo em
mim se
agita
como o
estático
vibrar das
sombras
à luz da lua
que me dão.
A noite vem
e de tudo o
que nela
existe
só tenho medo
do que sempre
existiu em
mim.
Não tenho mais
que uma escuridão
cá dentro, que
quando escurece
tenta juntar-se
à noite, rasgando-me
no processo.
Tenho em mim
ao anoitecer
simulacros
de morte.
Vozes barulhentas
que se fazem
ouvir como
um lobo uivando
à lua um
lugar distante,
tão longe de mim
que nem lhe posso
ter a certeza de ter ouvido.
Pode ser só o vento
a passar, posso
só ser eu por onde`
o vento passa
ecoando o meu
vazio.
Mas estará
esta doente 
escuridão
no âmago
de quem sou
e parece longe
porque não me
conheço ou
será somente
o lugar longínquo
para onde atiro
tudo que não
consigo lidar?
A noite trás tensão
e libertação
porque tudo o que
é fica simplificado
a sombras e caras
mal iluminadas
preocupando o
meu desconforto
por ser demasiado
fácil de olhar
o mundo e 
ainda sentir
o calor do sol
guardado na
pela.

Paixão é isto
mesmo.
Saudade é isto
também.
Este sou 
eu à noite,
escrevendo-me
de dia.
E só tenho pena,
sem ter pena
nenhuma que
seja um bicho
do dia, uivando
à lua, pedindo
um pouco de
sol
porque eu
ou a noite
somos demasiado
frios.

11/10/2015

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