quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Há ao levantar
da cama o
esforço adicional
de ter  a cabeça
pesada. Nuvens
de trovoada
chegam a pesar
9 toneladas!
E nunca chega
a chover...
Não me liberto
delas.
Há só a fricção
do que me pesa
com as paredes
de dentro da cabeça
e os trovões
resultantes
dão-me medo
dos meus sentimentos.
O que as levará
a jorrar pelos
olhos outra
vez?
Talvez este frio
no sentir que
sinto seja
demais para
que chova.
Tenho medo
ainda de
poder ficar
alagado.
Os esgotos
de mim estão
entupidos,
cheiro mal?
Dou sinais
disto?
Da má
gerência da
minha Natureza,
da minha falta
de coragem em
ser quem
sou?
Em sentir
como me
sinto?
Tudo que vivo
é ao colorir
duma caneta
preta, porque
não passa sol
através de mim.
Fica gravada
só a imagem
do meu mundo
a teu filtro,
nuvem.
Minha nuvem.
Tão desejada
nuvem...

Que sei eu
sobre mim e
de que vale
isso se a cada
momento que
me descubro
tenho de reordenar
e reformular tudo
o resto que já sabia?
Não há como saber
tudo, não existe
ser humano
que se conheça.
Ninguém é
igual a si mesmo.
Quanto mais
durante a sua
vida ser constante
em ser-se quem
é de modo que
possa se saber
quem é?

Tudo é confuso
ao ver e absoluto
ao sentir quando
nuvens de trovoada
não rebentam.
Tenho de esperar
até que um dilúvio
me venha limpar,
tenho que ser sempre
mais do que aquilo
que pensava que
podia suportar.

30/9/2015

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