terça-feira, 22 de setembro de 2015

Escrevo porque
sei que me vou
perder.
Escrevo como
se delineasse
um plano B.
Escreve como
se me visse
dum lugar sem
tempo e
me quisesse
aconselhar.
Escrevo porque
talvez seja
o mais perto
que posso ficar
de mim.
Escrevo porque
sei que é onde
me sentem
sem filtros.
E talvez isto de
me ler nem seja
um "onde" mas
sim um " como"
porque tudo se
passa indiferentemente
em todo lado e
o que difere
é a percepção.
Por isso também,
eu escrevo.
Para mudar
de percepção.
E escrevo assim
para um além-mim
que lerá o que
queria ter
sentido no
momento que
foi vivido
o poema escrito.
Escrevo para fugir
do Eu que não
é meu.
E fujo porque
tenho as
mãos cansadas
demais para lutar
contra todo Eu
que vai além de mim.
O Eu que não quer
que escreva porque
me ajuda, que me
prende a cabeça
porque me liberta
e me impede
de olhar doutra
maneira,
que raramente
me deixa levantar
este caderno da
mesinha
de cabeceira.
Nunca mais perdi
uma noite inteira,
porque me perdi de mim!
O que tenho de fazer
faço e o que quero
passa-me
ao lado.
Quero ter
um cavalo alado
ainda que não o
monte, ainda
que não o mostre.
Quero a mim
sem preconceitos
quero ser sem ser
a preceito e que
mesmo que queira
andar de costas,
se isso for eu,
que me digam
que ando direito!
Não peço mais
que mais nada
exigir do ter
obrigação e
de mim fugir.
E sem em loucura
o verde do campo
virar rosa que
pare com a poesia
e coloque isso em
prosa.
Que tudo o que
me mudar eu
me esforce para
mudar também
e se no método
falhar sei que
será por bem.
Não há motivo
algum para descrer
do Criador, se
tudo o que tenho
de bom vier com
alguma dor.
Não sei se hei-de
conquistar algo
sem provar do seu
custo e sei que
mesmo sofrendo
tudo permanece justo.
Eu sou quem
me escreve e o
que não quero
ser me motiva,
existe em mim
o oposto do que
me considero ser
e o que me mata
uso para me reviver.

20/9/2015

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