domingo, 30 de agosto de 2015

Afinal deu-me jeito
tudo o que me deste
e tudo que nunca foi
fica como material
por devolver.
Só por saber que o
remetente não
é de confiança
fica sem querer
o que nunca
cheguei a receber.
O quão inesperado
é aquilo que nunca
chega a ser,
chegar a saber
agora o perigo
que rasei
corta-me
o fôlego
pois foi um
abismo
que contornei toda
à noite divagando
à tua procura e
de manhã vejo
onde podia
ter caído
apenas para te
encontrar acordando
debaixo duma árvore.
E foste-te
embora com
a minha voz.
Os gritos daquilo
que não disse que
queria castigam
as paredes do corpo
com a dor da vontade
não atendida.
No passeio
talvez sejam
as pessoas as pedras
da calçada para
onde olho fixamente
quando não me
consigo suportar, e,
talvez não esteja
de todo enganado
mas haja mesmo
uma pedra igual
à outra
mas enquanto
penso passas
e já não te encontro
e com certeza
já não te distingues
entre as outras.

30/8/2015
(02:48)

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