Numa folha qualquer,
porque nada externo
interessa interiormente,
eu sou o lugar onde
escrevo.
Sou a circunstância
espaço-temporal da
metafísica do meu
universo interno.
Aqui estudo astrologia,
não a das estrelas do céu,
mas das luzes que
brilham no pano
de fundo onde assenta
quem eu sou.
Os meus comportamentos,
tendências e temperamentos
são o resulta da química
metafísica que ferve
em mim, evaporando-me
no que se vê.
E por entre a névoa,
vê-se, não quem
eu verdadeiramente
sou mas a parte de mim
que resulta de me ferver
e apurar.
Tudo resto além-mim
é um lençol sobre o qual
estão todas as coisas.
Posso pegar-lhes e juntar
ao caldeirão desde que saiba
que nada é meu e que nada
é tão fogo
como saber que
vou morrer,
não saber nada
da morte e pouco
me ralar para
que saiba.
Sou metafísico na
minha concepção
electro-química dos
pensamentos físicos.
Até o que sinto
não é menos palpável
que um conjunto
de hormonas,
que fazem parte
do caldeirão
espiritual da
minha alma
terrestre.
Não há mais
transcendência
em escrever que
olhar para uma folha,
que resumir tudo a letras.
Todo o universo
é uma esfera
me goza ( e eu rio)
quando mais
fundo vou
mais perto fico
da superfície.
16/5/2015
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