terça-feira, 7 de abril de 2015

Cada dia pesa-me
por não falar.
Não falo e parece-me
negativo fazê-lo
porque não existem
verbos do não fazer
das coisas e então
acompanho tudo
o que não faço
de um "não" e
fica logo
tudo negativo.

A força do edredon
de prender à cama
comprime-me
com a força do levantar-me
do lençol de baixo e
o desconforto dos lençóis
não gostarem de mim
entristece-me ao mesmo
ponto que o edredon
me quer obrigar
a sonhar.
Acredito como um
estúpido que pensa
sobre acreditar que
se me calar escrevo
melhor.

Tenho tentado demasiado
ser quem queria ser
e me esforçado pouco
por perceber se isso é
útil para ser quem sou,
ou pelo menos tentando
descobrir ser.
Não me interessa
mais o Presente.
Nem tão pouco tudo
o que fale do tempo.
Estou como a Natureza
mas sou-a.
Sou Natureza?
Durmo?
Sonho ser qualquer
coisa quando escrevo?
Ou sonho ser alguém
escrito?
Fico pouco natural com
perguntas e desejo-as
naturalmente, isto é humano;
talvez pouco e
distante do natural.

Já me perdi
do percurso que
queria seguir...
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Eu não sou uma
ferramenta de viagem
mas um ansioso
por uma nova
paragem, a
minha mente foi
feita para escolher
o melhor lugar
para o meu corpo
morrer.

7/4/2015

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