terça-feira, 17 de março de 2015

A solidez da minha
incoerência pertence
a uma ordem de
inconsciência na
qual sou tão
normal quanto
me acho destacado.
E quando penso nisto
sinto-me frustrado
porque onde me acho
especial anda toda
a humanidade ao
meu lado.
Então onde sou
eu mesmo diferente
do que olho em volta?
No olhar?
No sentir?
No desejar?
Tudo o que é tem
de o ser e aí sou
tudo como todos,
uma peça do Destino
da alma humana.

Quem não sou,
quem quero ser,
como gostaria de
ver o mundo transformado
vale de nada face
o que as coisas são
e é aí que reside
a minha singularidade-
no poder alienar-me.
No poder ser forasteiro
de mim mesmo.
No olhar no espelho
e ver um estranho.
No ouvir a voz gravada
e ser outro.
No sentir-me desapegado
do corpo que é meu.
Para quem me vê e
toca eu sou.
Quem eu sou para
mim é tudo fora
dos sentidos, o
que não se pode
tocar; onde
estou só.

17/3/2015

Sem comentários:

Enviar um comentário