Se é este o céu humano
mais alto porque ainda
não me castigou o sol?
Porque ainda não vi o outro
lado da lua, e sonhei,
pelo menos, algo diferente
dum céu tão baixo e uma
lua tão pequena?
O sol é meu.
Eu durmo quando quero.
Tenho noites mal dormidas,
e sonhos ao relento,
por isso, eles voam com o vento.
Assim sobra-me mente e tempo.
Sobra-me a luz do dia
e a prova de que se não
me queimo é porque não
fui alto o suficiente.
Eu pararei quando o sonho
e a vida forem como o sol:
Ardentes!
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De que vale a pena
ser vagabundo se
aclamando aos céus
eles ouvem tanto quanto
as paredes que me calavam?
Não vale a pena falar,
a minha condição é o
silêncio.
Parece ser sempre essa
a resposta que tenho,
então é a que uso.
Silêncio também porque
procuro paz e ainda
é tarde demais para
os pássaros cantarem e
sou vazio.
Sou ainda cego,
o sol pode esperar.
Ainda não o vou receber.
Sou, então, cego e mudo.
Tenho roupas. Poucas
mas roupas.
Instintivamente protegendo
o que é a força da
minha vontade.
A alma em nu.
A vaidade em si.
O sol no horizonte.
A Humanidade no peito.
Eu em mim.
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