Faço viagens intermináveis tanto fora como dentro de mim, mas viajo sempre com o mesmo objectivo, ver-me presente onde passo. Nada pode ser mais simples que isto, não consigo que seja menos que simplesmente estar. E não é afinal tudo o que faço até chegar ao destino, estar Presente? Ao menos que seja sempre Presente consciente se é só o que tenho.
Quero deixar uma marca onde vou, mesmo que ela fique só em mim e que depois se perca. É contraditório (marcar sem deixar registo) no entanto a imposição da morte é balanceada com a dádiva da vida; e a confirmação da vida só é total com a compreensão da morte. Sempre uma coisa com a outra.
Além disto, a mais plena vivência que se pode ter só é atingida com a aceitação da morte como realidade que nos pode atingir a qualquer um e a qualquer coisa a qualquer instante. Por sentir-me assim, inconstante, eu viajo para um lugar qualquer, apenas com o intuito de lá estar e ir embora de seguida para outro lugar, ficando cada vez mais perto de mim e do fim.
4/5/2013
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