sexta-feira, 22 de março de 2013

Aparte de estar vivo
não o sinto.
Vejo-me enrugar
e ficar sem vida,
por pensamentos confusos,
cinzentos, frios e tristemente
os mais sentidos.

Sinto-me a verter
lágrimas para dentro
e à espera dum amigo
com um sorriso, que
não seja eu.

Deambulando entre saber
que estou só até o sentir
é a fase menos penosa.

Eu sou o culpado
da minha miséria,
pois ela só existe
em mim.
Eu sou o grande
encenador da minha
comédia grega.
O rei do drama
e do exagero.

Há sempre a mais
de mim para ti,
e sempre um pouco
menos me sobra que
possa ancorar a alma
de ir, se for,
para Lá.

Ser Absoluto é
ser sempre infeliz
vivo.

Sempre sabendo
nunca sentindo.

E eu vejo em mim
o inicio e o fim
do todo que podia
ser, se não fosse eu.

Tenho-te a ti
caneta sozinha.
Que fazes de vários
em mim parecerem
um todo.
E de ti tenho dó
se acabar a tinta;
caneta te deixarei só,
com o que restar escrito.

23/3/2013
(02:50- 03:20)

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