quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Lia as linhas ondular
entre uma multidão de mim.
Perdido no mar e no cheiro
a vento forte, desespero ao
ver a grande onda que me esmaga.
Com medo de tudo o que fosse
fora de mim, continha-me
vertendo luzes,cores e sensações
para dentro da minha cabeça.
Como um remoinho
de lixo no chão num dia ventoso
fluía a energia dentro de mim,
confusa, caótica, perdida e com
todo o sentido, desesperadamente
feliz.

Em uivos cinzentos chamava
a tempestade lá fora:
-"Acorda, tu não és real. Tu és
o vento cinzento que se vê ao espelho."
Ao que eu respondia confortavelmente
medroso.
- "Nada é mais colorido dentro
de mim que os meus próprios
ventos. E até eles, confinados
a atormentarem-me são mais
floridos que os teus campos de flores."
E então o vento cinzento se calava
e eu sonhava, alegre e com medo
da cor maravilhosa da porta
que a tempestade abrisse.

Eu gosto do caos, da dor e de
mim. E das coisas que
não têm fim.
E como me podem pedir
para abrir os olhos e
ver o mudo se
é os fechando que
vejo tudo mais claro?
O mundo é o que é e
não é abrindo os olhos
e cegando a vista com
ventos tristes e cinzentos
que vou encontrar como
viver as cores do mundo.
Eu sou aquilo que vejo
quando fecho os olhos
aparte disso nada mais
sou que eu.

4/2/2013

2 comentários:

  1. Olá, Yuri.Mais uma exclente composição poética muito cheia de introspeção, de intimismo que é agradável de compreender e experienciar. As vivências , os estados de alma são preciosos momentos de interioridade e reflexão que consigo fluem com a naturalidade com que a caneta pensante se deixa envolver num rodopiar de emoções e fluidez. Continue, é sempre agradável entrar no seu blog. Um beijinho.

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  2. Obrigado :) A inspiração realmente vem das minhas experiências, ou melhor, aventuras pelo interior da mente humana ou pelo menos da minha...
    Continuarei a escrever, sempre com um intuito progressista :)

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